O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne, nesta quarta-feira (17/12), os 38 ministros do governo para a última reunião ministerial do ano. O encontro acontece na Residência Oficial da Granja do Torto, casa de campo da Presidência da República, em Brasília, a partir das 9h.
Esta será a terceira e última reunião ministerial de 2025. O titular do Planalto deve falar na abertura e no encerramento do evento.
Como mostrou o Metrópoles, na coluna de Igor Gadelha, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve comandar uma apresentação com o balanço dos três anos da gestão petista.
Além do presidente, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT); das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT); e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, devem ter espaço para fala ao longo do encontro.
Além de realizar o balanço das principais entregas do governo — em principal, a sanção da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e outras ações de interesse social —, o chefe do Executivo deve falar sobre as eleições de 2026.
O presidente ainda não bateu o martelo definitivo de que será candidato à Presidência em 2026, mas tem repetido nos discursos que, se continuar com a sáude mental e física que apresenta hoje, não deixará que a extrema-direita volte ao comando do Executivo federal.
Outro tema abordado será a saída dos ministros que serão candidatos até abril, prazo limite previsto na legislação eleitoral para a descompatibilização de cargos antes do pleito.
O encontro deve se estender até o final da tarde, com um intervalo para um almoço de confraternização.
Saída de ministros
- Com a proximidade do pleito de outubro de 2026, o Palácio do Planalto já trabalha com as mudanças no primeiro escalão no começo do próximo ano.
- A projeção é de que ministros deixem os cargos para entrar na disputa eleitoral, impulsionados pela exposição política proporcionada pelas pastas que comandam, mirando desde cadeiras na Câmara até governos estaduais.
- As regras eleitorais determinam que ocupantes de cargos públicos que desejam concorrer a funções diferentes das que exercem atualmente precisam se afastar seis meses antes da eleição. Para o calendário de 2026, o prazo final para a desincompatibilização está fixado em abril.
- Entre as estratégias do presidente para 2026 está o fortalecimento da base aliada no Senado, que passará por uma renovação significativa, com 54 das 81 vagas em jogo. A entrada de ministros na corrida eleitoral é vista como um caminho para ampliar o apoio ao governo na Casa.
- Estão entre os auxiliares cotados para disputar o Senado: Rui Costa (Casa Civil), pela Bahia; Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), por Mato Grosso; Marina Silva (Meio Ambiente), por São Paulo; Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), em Pernambuco; Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), pelo Amapá; Celso Sabino (Turismo), pelo Pará; e Alexandre Silveira (Minas e Energia), por Minas Gerais.
- Na corrida pelos governos estaduais, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), aparece como favorito para concorrer ao comando de Alagoas.
- Em São Paulo, o quadro permanece aberto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é citado tanto como possível candidato ao Senado quanto ao governo paulista. No entorno do presidente, também há quem defenda o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin para a disputa. Apesar das especulações, ambos têm sinalizado resistência a entrar na corrida estadual.
- Além disso, parte do primeiro escalão deve optar por disputar vagas na Câmara dos Deputados. Entre os nomes mencionados estão André de Paula (Pesca, PSD-PE), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário, PT-SP) e Wolney Queiroz (Previdência, PDT-PE).
Encontro em agosto
A última reunião ministerial, em agosto, teve como eixo central os impactos da taxação de produtos exportados brasileiros, imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na ocasião, Lula orientou auxiliares no discurso sobre o tema. Também foi anunciado o novo slogan do governo: “Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro”.
Durante o encontro, o Executivo anunciou um conjunto de medidas voltadas para reduzir os prejuízos ao setor produtivo. Entre as ações, foi lançado um pacote de apoio financeiro às empresas atingidas, que incluiu a possibilidade de o governo absorver parte da produção por meio de compras públicas, como forma de mitigar os efeitos das barreiras comerciais.
Em dezembro, o cenário é outro. Após rodadas de negociações entre Brasil e EUA e conversas pessoais entre Lula e Trump, parte das tarifas e sanções foram revertidas.
Após pedidos do líder brasileiro, na última sexta-feira (12/12), o governo norte-americano retirou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes da lista de sancionados pela Lei Magnitky.
A medida representou mais um passo em direção à volta do dialogo e à normalidade diplomática entre os dois países.






