Uma importante ação de cidadania voltada às pessoas privadas de liberdade foi realizada nesta quarta-feira, 22, na Unidade Penal Feminina (UPF) de Palmas. A unidade recebeu livros e kits de higiene pessoal, que foram doados por meio de uma mobilização do curso de direito da Faculdade Serra do Carmo (Fasec).
A iniciativa promove a reinserção social através do incentivo à leitura, que além de levar mais conhecimentos às internas, gera também a remição da pena, conforme a quantidade de livros lidos pelas custodiadas que participam do Projeto ‘Ler para Libertar’.
A doação foi consolidada por meio do trote solidário, que foi realizado com os primeiros períodos de todas as graduações da Faculdade. Além de obter as doações dos livros e itens de higiene, também momentos de falas sobre o papel da mulher na sociedade e os espaços ocupados pelo gênero feminino.
Gratidão
No evento de doação, a chefe da UPF, Diany Leite, agradeceu os estudantes pela iniciativa, que segundo ela, evidencia também a necessidade e impulso intelectual às mulheres privadas de liberdade.
“Eu acho que é extremamente importante vocês estarem aqui hoje, porque vocês demonstram a preocupação que a sociedade inteira deveria ter. Nós, como servidoras compromissadas com o nosso trabalho, temos também dentro dessa responsabilidade, a missão de dar dignidade, cidadania, tendo em vista que essas mulheres estão aqui de passagem. Então precisamos trazer também essas preocupações, não só nas questões básicas de saúde, mas também alimentá-las intelectualmente é de extrema importância”, disse.
O professor do curso de direito da Fasec, Bruno Leite, esteve acompanhado por estudantes que participaram da ação. Ele destacou que o trote solidário busca promover uma mudança de consciência aos universitários.
“Os livros aqui, todos esses kits de higiene que trouxemos, eles são só a parte material da coisa. Mas para além disso, é uma mudança de consciência, de mentalidade que a gente precisa ter fundamentalmente na nossa sociedade. Nós acreditamos na justiça e que podemos construir uma sociedade melhor, mais justa, igualitária, e estamos dispostos a trabalhar para poder fazer isso. A gente também ressignificou não só a questão do trote, mas também trouxemos essa conscientização para os alunos sobre as condições que as mulheres vivem no sistema penitenciário, então a pessoa encarcerada ainda tem seus direitos. Estamos aqui trabalhando para construir junto com os futuros operadores do direito, esses alicerces”, comentou o docente.
Presenças
Também participaram da entrega a Agente Analista em Execução Penal, Rita de Cássia, que no ato representou o coordenador da Gerência de Reintegração Social, Trabalho e Renda ao Preso e Egresso, Dilson Noleto; a gerente de Assistência Educacional e Saúde ao Preso e Egresso, Sandra Veloso; a pedagoga responsável pelos projetos de leitura, Aldeny Araújo; e, custodiadas da unidade.
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