Um dia após ser anunciado como o escolhido de Jair Bolsonaro (PL) para disputar a presidência da República em 2026, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, neste sábado (6/12), que começa as negociações.
Em suas redes sociais, o filho “01” do ex-presidente ressaltou que o primeiro gesto a ser pedido a todas as “lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano”.
O nome de Flávio foi confirmado, nesta sexta-feira (5/12), como candidato do PL à Presidência da República nas eleições de 2026.
O Metrópoles revelou, na coluna de Paulo Cappelli, que o ex-mandatário, preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília, havia comunicado a decisão a interlocutores e aliados próximos.
Em mensagem publicada nas redes sociais, Flávio disse receber a missão com “grande responsabilidade” e classificou o pai como “a maior liderança política e moral do Brasil”.
“Confirmo a decisão de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, afirmou o senador, em postagem em suas redes sociais.
Flávio adotou tom crítico ao atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mobilizou o discurso religioso que marca parte de sua base. “Eu não vou ficar de braços cruzados enquanto vejo a esperança das famílias sendo apagada e nossa democracia sucumbindo”, escreveu. Ele afirmou acreditar que Deus “abre portas, derruba muralhas e guia cada passo dessa jornada”.
O movimento reorganiza o tabuleiro político da direita. Michelle Bolsonaro deve disputar o Senado pelo Distrito Federal, enquanto o vice de Flávio deve vir de um partido de centro.
Pelo lado governista, alas do PT defendem a repetição da chapa Lula-Alckmin. Segundo apuração da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Tarcísio foi informado pessoalmente da decisão durante encontros recentes com o próprio Flávio em São Paulo.
Rachaduras na direita
A oficialização provocou um racha imediato na direita. Nas redes sociais, perfis do núcleo mais fiel do bolsonarismo celebraram a indicação. “Meu candidato para 2026 chegou”, escreveu um apoiador, junto de uma imagem de Flávio com a faixa presidencial gerada por inteligência artificial. Outro afirmou: “Flávio Bolsonaro no primeiro turno. Ele falou, está falado”. O ex-secretário de Comunicação do governo Fábio Wajngarten disse que “toda e qualquer decisão do ex-presidente é soberana”.
Mas a ala ligada ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reagiu com irritação. “No primeiro turno, voto no Renan Santos; no segundo, voto no Lula, contra o Flávio rachadinha”, ironizou uma usuária do X. Outra afirmou: “Bolsonaro me fazendo votar no Lula. No Lula, cara”.
Apesar da divisão na direita, a escolha é tratada como estratégica no clã Bolsonaro. Preso e fora da disputa, Jair Bolsonaro avalia que Flávio reúne perfil mais moderado e maior capacidade de diálogo político, além de contar com palanques robustos, como Tarcísio e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). A expectativa é que o senador amplie viagens e adote agenda de pré-campanha para ganhar musculatura nacional.







