O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no Brasil e no mundo, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para reforçar a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), chama atenção para hábitos de proteção solar e para o reconhecimento dos sinais de alerta da doença.
Os três tipos mais comuns de câncer de pele são o carcinoma basocelular, o carcinoma escamoso e o melanoma. O primeiro é o mais comum, representando cerca de 70% dos casos. Ele costuma aparecer em áreas expostas ao sol, como o rosto e o pescoço, e embora cresça lentamente e raramente se espalhe para outras partes do corpo, deve ser tratado para evitar danos mais profundos à pele.
O carcinoma escamoso, responsável por cerca de 20% dos casos, é mais agressivo e pode se espalhar se não for tratado. Ele geralmente surge em áreas expostas ao Sol e pode se manifestar como lesões ásperas ou feridas que não cicatrizam. Já o melanoma, embora menos comum, com cerca de 4% dos casos, é o mais perigoso e responsável pela maioria das mortes relacionadas ao câncer de pele. O melanoma pode surgir a partir de pintas já existentes ou como novas manchas de aparência irregular.
Segundo a dermatologista, Moema Barros, membro da equipe Serviço de Oncologia Cutânea do Hospital Geral de Palmas (HGP), “os fatores de risco vão além da exposição excessiva ao sol sem a devida proteção, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer de pele. Entre eles, estão: histórico familiar e pessoal com a doença ter sofrido queimaduras solares graves, apresentar muitas sardas ou pintas pelo corpo, possuir pele muito clara que sempre queima e nunca bronzeia, e, em especial, estar na faixa etária acima dos 65 anos. Todos esses fatores tornam a conscientização e a prevenção ainda mais urgentes”.
A especialista explica que o HGP conta com o serviço de oncologia cutânea há 18 anos. “Nesse serviço, são diagnosticadas lesões sugestivas de câncer de pele por meio de exames clínicos, dermatoscopia, biópsias acompanhadas de exames histopatológicos e imunohistoquimica, também são executadas cirurgias ambulatoriais e também em centro cirúrgico para exérese de tumores de pequeno, médio e grande porte. Esses tumores são estadiados e, caso seja necessário, são feitas as indicações para quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. Infelizmente 30% dos novos casos de câncer no Tocantins, são de câncer de pele. Só este ano foram realizados cerca de 660 procedimentos cirúrgicos, levando em consideração que cada paciente tem entre duas ou três lesões na pele. São pacientes vindos de todo o Estado, e nossa equipe médica atende uma média de 50 pacientes por mês”.
O paciente Domingos Rodrigues Montalvan, de 81 anos, morador de Arraias, faz acompanhamento desde fevereiro deste ano, no HGP. “Em abril identificaram quatro lesões, sendo duas positivas para câncer, agora surgiram mais três lesões que segundo a doutora vamos ter que tirar também. Graças a Deus estou conseguindo fazer o tratamento e seguir as recomendações que ela me pede, que é evitar sol, usar protetor e chapéu, para que minhas lesões não piorem”.
Prevenção
Como forma de prevenir a doença, recomenda-se aplicar diariamente protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior; usar roupas adequadas, como camisetas e chapéus para proteger a pele; e portar óculos de sol com proteção UV. Outra medida importante é evitar a exposição ao sol entre 9h e 15h, quando os raios ultravioletas são mais intensos. Também se recomenda observar pintas e manchas e consultar regularmente um dermatologista para orientações e cuidados.
Tratamento
A SES-TO oferece, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Geral de Palmas (HGP) e no Hospital Regional de Araguaína (HRA), tratamento contra o câncer, por meio das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACONS) e em empresa terceirizada, na Capital. Os serviços são responsáveis por prestar atendimentos especializados para as pessoas que anualmente são diagnosticadas com algum tipo de câncer de pele em todo o Estado. Dados do Painel de Oncologia apontam que entre 2020 e 2025 foram diagnosticados um total de 608 novos casos, sendo 345 do sexo masculino e 263 do sexo feminino.





