Savick Brenna/Governo do Tocantins
O penúltimo sábado de novembro é considerado o Dia Nacional de Combate à Dengue. A data, que este ano caiu no dia 22, foi instituída pela Lei nº 12.235/2010, com o objetivo de mobilizar iniciativas do Poder Público e a participação da população para a realização de ações de combate ao vetor da doença, por meio de campanhas educativas e de comunicação social. Neste dia, a recomendação da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) é eliminar pontos onde podem ter focos do Aedes aegypti.
“A dengue é uma realidade no nosso estado e o combate a ela começa dentro de casa, nos nossos quintais e nos nossos arredores. Por isso, faço um apelo a toda à população tocantinense: vamos redobrar a atenção! É essencial verificar recipientes acumulando água, como pneus, garrafas, vasos de plantas e até mesmo calhas. Juntos, podemos eliminar os focos do mosquito e proteger nossas famílias. Vamos fazer a nossa parte”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Vânio Rodrigues.
A bióloga em saúde e gerente de Vigilância das Arboviroses da SES-TO, Christiane Bueno, explica a finalidade da data celebrada. “O objetivo deste dia é que os profissionais da saúde trabalhem de forma integrada e articulada com a sociedade civil e também com outros órgãos para que consigamos atingir nosso objetivo que é a destruição de focos do vetor, e principalmente, de recipientes que acumulam água. A ideia é que todos se mobilizem e juntem forças para que a gente consiga tirar do meio ambiente o maior número possível de focos do mosquito e o impacto das arboviroses seja reduzido”.
Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus – vírus transmitido por picada de insetos, especialmente os mosquitos. O transmissor é o mosquito Aedes aegypti. Com o aumento das chuvas no período do verão, há alta na proliferação do mosquito, que se reproduz em água limpa e parada.
A jornalista Raquel Oliveira teve dengue e relata que a experiência a deixou mais alerta ao vetor da doença. “Quando eu tive dengue, foi uma das piores experiências de saúde que já enfrentei. Eu sentia dores muito fortes no corpo inteiro, aquelas dores que paralisam mesmo. Depois que contraí a doença, passei a ser ainda mais rigorosa, comecei a revisar tudo com mais frequência, olhar cada cantinho que pudesse acumular água e descartar qualquer recipiente que oferecesse risco. A gente percebe, na prática, que qualquer descuido pode fazer diferença. O recado que eu deixo às pessoas é simples: mesmo que você já cuide do seu quintal, continue atento, e se você ainda não tem esse hábito, comece. Às vezes, o problema não está só dentro da sua casa, mas na rua ou no lote ao lado. Se você ver um pote, uma garrafa, qualquer coisa acumulando água perto da sua casa, ou qualquer lugar que seja, recolha! Não adianta apenas o seu espaço estar limpo se o entorno não estiver também. O mosquito voa, e ele vai aproveitar qualquer oportunidade para se reproduzir”.
Como prevenir
É importante limpar e verificar regularmente pontos que podem acumular água. Entre as medidas a serem adotadas estão, esvaziar garrafas e mantê-las com a boca virada para baixo, limpar calhas, colocar areia nos pratos das plantas, tampar tonéis, lixeiras e caixas-d’água e colocar objetos, como pneus e lonas, abrigados da chuva.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
“É necessário que a sociedade se engaje ativamente e seja protagonista no processo de prevenção e controle da dengue. Isso significa não apenas cuidar das áreas residenciais, que concentram a maior parte dos focos, mas também adotar atitudes simples no dia a dia, como reservar 10 minutos semanais para inspecionar os quintais, identificar possíveis acúmulos de água e descartar o lixo de forma adequada. Além disso, é essencial que o olhar da população se amplie para o coletivo, cuidando das áreas públicas, como praças, calçadas e terrenos baldios. Cada um fazendo a sua parte, podemos juntos reduzir a população do mosquito transmissor e diminuir os casos de dengue”, alertou Christiane Bueno.
Em caso de febre, dor de cabeça e ou atrás dos olhos, dor nas articulações, náuseas ou manchas na pele, a orientação é procurar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde. O uso de medicamentos sem prescrição médica pode agravar o quadro clínico.
Dia D
No dia 08 de novembro, o Governo do Tocantins participou do Dia D de Mobilização Nacional contra a Dengue. A ação ocorreu simultaneamente nas cidades tocantinenses e contou com mutirões de limpeza, visitas domiciliares dos agentes de combate e atividades educativas. “Ao longo do mês de novembro, diversas ações de mobilização estão sendo realizadas nos municípios. Além do Dia D e do Dia Nacional de Combate à Dengue, o trabalho de prevenção e controle da doença acontece de forma contínua, todos os dias”, esclarece Christiane.
Dados
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) mostram que o Tocantins apresentou uma queda no número de casos de dengue, em comparação com o ano passado. Em 2025, até o momento, 139 municípios confirmaram 3.111 casos, que representa uma queda de 26,1% em relação aos 4.207 registrados em 2024. Os dados apontam ainda a confirmação de dois óbitos, em Araguaína e Cachoeirinha, e 02 óbitos em investigação, sendo em Aliança do Tocantins e Cachoeirinha.
Já em Chikungunya, o SINAN mostra que, em 2025, foram confirmados 542 casos, 28,1% a menos que em 2024, quando foram registrados 754. A Zika teve um aumento de 54,2%, com 74 casos confirmados em 2025, contra 48 em 2024.
Mesmo com a redução dos casos, o Ministério da Saúde faz um alerta para as ações de prevenção. Isso porque segundo o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre agosto e outubro, 30% dos municípios brasileiros estão em estado de alerta para a dengue.





