Três fotógrafos brasileiros foram incluidos entre as fotos do ano de 2025 pela National Geographic. A coleção apresenta 25 imagens extraordinárias, que vão desde retratos íntimos da vida selvagem até comoventes histórias humanas. As imagens capturadas pelos fotógrafos Fernando Faciole, Maíra Erlich e Lalo de Almeida estão entre os destaques do ano.
As fotos selecionadas retratam um mundo em transformação por meio das lentes da rede global de fotógrafos da National Geographic em mais de 20 países.
Fotografias brasileiras em destaque
Predador Elusivo — Fernando Faciole
O fotógrafo brasileiro Fernando Faciole capturou o momento em que se deparou com uma onça-pintada, enquanto monitorava a toca de um raro tatu-canastra na Mata Atlântica brasileira. “Eu esperava capturar a imagem do tatu, mas tive a grande e feliz surpresa de encontrar essa onça, que estava fuçando a toca dele”, explica Faciole.
O encontro é considerado raro, uma vez que o desmatamento severo reduziu a população local, restando apenas menos de uma dúzia de onças no parque em que a foto foi capturada. Fernando tem duas câmeras instaladas na floresta e as verifica uma vez a cada dois meses. Essa foi a primeira aparição do animal.
“Em um momento em que o Brasil ocupa o centro das discussões ambientais, apresentar esta foto ao mundo é uma honra imensa e uma grande responsabilidade”, finaliza o fotógrafo.
Ombro amigo — Maíra Erlich
Damião Carlos da Silva está entre os milhares de moradores da cidade costeira de Maceió que perderam a moradia por causa da destruição causada por décadas de mineração de sal-gema. A fotógrafa Maíra Erlich registrou o momento em que Damião encontra conforto com o pintinho de estimação aconchegado no ombro.
O homem morava na beira da lagoa Mundaú, há mais de 20 anos, onde criava diversos animais e com a tragédia, a casa foi demolida e ele teve de se desfazer da maior parte dos bichos.
“Eu venho estudando e documentando essa história há alguns anos. Apesar de ser o maior desastre socioambiental urbano do mundo, é bastante subnoticiado e ainda desconhecido para muita gente”, explica Maíra.
A vida na zona de inundação — Lalo Almeida
O registro de Lalo Almeida mostra os moradores de Anamã, uma cidade situada em uma planície alagável do Rio Amazonas, após enfrentarem dois anos de seca, jogando vôlei em águas na altura da cintura e se deslocando pelas ruas de barco.
Segundo Lalo, a história por trás dessa imagem é de “resistência, resiliência e, principalmente, de adaptação”, uma vez que a cidade vem sofrendo nos últimos anos com cheias enormes e secas extremas.
“Eles estão procurando se adaptar e encontrar formas de conviver com isso. […] Apesar de eles estarem no momento da cheia, conseguem levar isso com uma certa naturalidade, e a foto traduz bem isso”, diz Lalo Almeida.







