O Ministério dos Transportes aderiu, sozinho, ao Memorando de Entendimento sobre Veículos Médios e Pesados de Emissões-Zero, que prevê em sua estratégia a adoção somente de veículos elétricos como forma de descarbonização, sem considerar os biocombustíveis. Nesta quarta-feira (12/11), após críticas do setor produtivo, a Pasta voltou atrás e cancelou sua adesão ao acordo global.
O Memorando de Entendimento sobre Veículos Médios e Pesados de Emissões-Zero prioriza os veículos com emissão zero no escapamento, o que na prática só considera os veículos elétricos. Já os veículos a biocombustíveis têm emissões no escapamento, mas são significativamente menores do que as emissões dos combustíveis fósseis ao se considerar todo seu ciclo de vida de produção.
Até o momento, há 41 países aderentes ao memorando. Eles se comprometeram a garantir que, até 2040, toda sua frota de veículos médios e pesados sejam de emissão zero no escapamento — ou seja, de veículos elétricos.
A diplomacia brasileira, porém, lançou na semana passada um compromisso que prevê quadruplicar a produção de combustíveis renováveis (incluindo biocombustíveis) até 2035.
Em nota, o Ministério dos Transportes disse que, “diante de interpretações divergentes quanto ao objetivo originalmente pretendido, determinou o cancelamento imediato da participação da pasta no Memorando de Entendimento que tratava da meta de emissão zero para veículos pesados e médios”.
A Pasta ressalvou que o memorando não estabelecia “metas vinculativas”, mas disse que a decisão de recuar “busca assegurar total alinhamento entre as políticas do Ministério dos Transportes e as diretrizes estratégicas do governo federal”.
“O caminho escolhido pelo Brasil para reduzir as emissões do setor de transportes é claro: quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035, incluindo o avanço dos biocombustíveis. Essa é a base da transição energética nacional e representa o compromisso efetivo do Ministério dos Transportes com uma infraestrutura moderna, eficiente e ambientalmente responsável”, concluiu a Pasta.







