O dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (5) com leve variação. Por volta das 9h30, a moeda americana avançava 0,01%, sendo negociada a R$ 5,3995. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tem abertura prevista para as 10h.
Os investidores aguardam com atenção o resultado da reunião do Copom, que será conhecido no fim do dia — a expectativa é de que o Banco Central mantenha a Selic em 15% ao ano. No exterior, dados de emprego e atividade econômica nos Estados Unidos devem ajudar a calibrar o humor dos investidores.
▶️ O Comitê de Política Monetária (Copom) encerra hoje sua reunião iniciada na véspera, e o mercado aposta na manutenção da taxa básica em 15% ao ano. Mesmo com sinais de desaceleração e inflação mais contida, analistas entendem que ainda é cedo para iniciar cortes de juros.
▶️ Nos EUA, o relatório da ADP, que mede a criação de vagas no setor privado, será divulgado às 10h15 e servirá como referência antecipada para o Payroll — relatório oficial de empregos do governo, suspenso por causa do shutdown.
▶️ Ainda por lá, a Suprema Corte analisa nesta quarta-feira a legalidade das tarifas impostas durante o governo Donald Trump, que atingiram diversos parceiros comerciais, incluindo o Brasil. A decisão pode reabrir o debate sobre o protecionismo e os impactos nas cadeias globais.
▶️ A paralisação do governo americano chegou ao 36º dia, tornando-se a mais longa da história do país. O impasse começou em 1º de outubro, após o Congresso não aprovar o orçamento, e segue sem perspectiva de acordo entre democratas e republicanos.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
- Acumulado da semana: +0,35%;
- Acumulado do mês: +0,35%;
- Acumulado do ano: -12,64%.
📈Ibovespa
- Acumulado da semana: +0,78%;
- Acumulado do mês: +0,78%;
- Acumulado do ano: +25,29%.
À espera do Copom
Os investidores brasileiros iniciam a semana com os olhos voltados para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa hoje e será concluída na amanhã (5).
- A expectativa é de que o BC mantenha a taxa básica de juros em 15% ao ano, em linha com o consenso do mercado.
Para Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, o ponto central desta reunião será o discurso que acompanhará o anúncio.
Segundo ele, há um consenso de que a Selic permanecerá no patamar atual, mas o mercado quer entender quando o Banco Central começará a discutir a possibilidade de cortes.
“Mais importante do que a manutenção da taxa é o que será dito depois”, afirmou Correia, acrescentando que há expectativa de que as reduções nos juros possam ocorrer já no início do próximo ano.
O especialista destaca ainda que as declarações do presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e de outros dirigentes serão fundamentais para medir o tom da autoridade monetária.
EUA em paralisação pelo 36º dia
A paralisação do governo dos EUA chegou nesta quarta-feira ao 36º dia, tornando-se oficialmente a mais longa da história do país.
O impasse começou em 1º de outubro, após o Congresso não conseguir aprovar um novo pacote de financiamento. Desde então, milhões de americanos têm enfrentado impactos diretos, como atrasos em viagens, suspensão de serviços e falta de pagamento a servidores públicos.
- A assistência alimentar para cerca de 42 milhões de pessoas foi interrompida, deixando famílias sem os cerca de US$ 180 mensais. Funcionários federais, incluindo policiais, militares e agentes de aeroportos, estão sem receber salários.
- Desde o início da paralisação, mais de 3,2 milhões de passageiros enfrentaram atrasos ou cancelamentos de voos.
- O Escritório de Orçamento do Congresso estima que, se durar mais uma semana, o impacto na economia pode chegar a US$ 11 bilhões.
Após decisão judicial, o governo foi obrigado a liberar recursos emergenciais, mas o presidente Donald Trump afirmou: “[Os benefícios] só serão pagos quando os democratas abrirem o governo”.
No Senado, republicanos prometeram votar a extensão de subsídios de saúde em troca da reabertura, mas democratas consideram a proposta insuficiente. “Estamos explorando todas as opções”, disse o líder democrata Chuck Schumer. Enquanto isso, o Congresso segue sem acordo.
O shutdown também tem provocado o atraso dos dados oficiais, como o payroll e o índice de preços ao consumidor (CPI), deixando os investidores sem parâmetros claros sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam em queda nesta terça-feira, após o forte desempenho das ações de tecnologia no início da semana.
Empresas como Nvidia e Amazon, que haviam impulsionado os índices, agora recuam diante de preocupações sobre uma possível bolha no setor de inteligência artificial.
A Tesla também caiu após o fundo soberano da Noruega anunciar que votará contra o pacote bilionário de remuneração proposto para Elon Musk, CEO da companhia.
O índice S&P 500 recuou 1,17%, aos 6.771,74 pontos. O Nasdaq teve perdas de 2,04%, aos 23.348,64 pontos, e o Dow Jones caiu 0,53%, aos 47.085,61 pontos.
Na Europa, os mercados fecharam mistos, com os investidores no aguardo pelos resultados de empresas como BP, Philips, Geberit e Ferrari.
Além disso, eles acompanharam discursos de autoridades monetárias: a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, falou em Sófia (Bulgária), enquanto representantes dos bancos centrais da Espanha e do Reino Unido participam de evento em Madri.
No fechamento, os principais índices europeus não tiveram uma direção única. O índice pan-europeu STOXX 600 encerrou em queda de 0,3%, CAC 40, da França, caiu 0,52%, e o DAX, da Alemanha, recuou 0,76%.
Por outro lado, o FTSE 100, do Reino Unido, avançou 0,14%, o Ftse/Mib, de Milão, teve valorização de 0,09%, e o Ibex-35 de Madri teve estabilidade.
Na Ásia, os mercados fecharam em queda, com investidores realizando lucros em setores que tiveram bom desempenho ao longo do ano. Com poucos balanços previstos nos próximos meses, há uma migração para setores mais estáveis, como empresas estatais e pagadoras de dividendos.
A incerteza sobre a recuperação econômica da China e tensões geopolíticas também pesam sobre o sentimento do mercado.
No fechamento, o Nikkei, de Tóquio, caiu 1,74%, o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,79% e o SSEC, de Xangai, perdeu 0,41%. O CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, caiu 0,75%.
Em outros mercados, o Kospi, da Coreia do Sul, teve queda de 2,37%, o Taiex, de Taiwan, recuou 0,77% e o Straits Times, de Cingapura, caiu 0,59%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.







