Ao aprender inglês, você embarca em uma jornada cheia de desafios, especialmente no que diz respeito à pronúncia. Como mencionei em colunas anteriores, os falantes de português brasileiro enfrentam algumas particularidades fonéticas que podem resultar em erros recorrentes. Identificar e corrigir esses deslizes são fundamentais para uma comunicação mais clara e confiante.
Durante minha trajetória como linguista e professor, tive o privilégio de observar cinco equívocos recorrentes que muitos alunos brasileiros enfrentam, mas não se preocupe! Estou aqui para compartilhar não apenas esses desafios, mas também as soluções que podem transformar sua experiência de aprendizado. Juntos, vamos superar essas barreiras e tornar o aprendizado do inglês uma aventura emocionante e gratificante.
1. Pronúncia do “ED” no passado
Quando conjugam verbos regulares no passado, muitos brasileiros tendem a pronunciar o sufixo “ed” como se fosse uma sílaba adicional, resultando em formas como play-ed (/pleɪd/). No entanto, na maioria dos casos, esse “ed” não forma uma nova sílaba.
Por exemplo, a palavra played é pronunciada simplesmente como /pleɪd/, com um som suave de “d” no final. O sufixo “ed” apenas se transforma em uma nova sílaba quando o verbo termina com os sons “t” ou “d”, como em wanted (/ˈwɒntɪd/). Portanto, é crucial prestar atenção a essas sutilezas para aprimorar sua pronúncia.
2. Sons do “TH”
O som “th” em palavras como think e this não existe no português, o que leva muitos falantes a substituí-lo por sons mais familiares, como “s”, “f” ou “d”. Por isso, think pode ser pronunciado incorretamente como “fink” ou “sink”.Play Video
Para produzir o som corretamente, coloque a ponta da língua entre os dentes superiores e inferiores e sopre suavemente. Praticar palavras como think (pensar) e this (este) é essencial para dominar esse som, que é bem diferente dos que estamos habituados no português. Com dedicação e prática, você conseguirá acertar essa pronúncia!
3. Consoantes finais e adição de vogais no fim das palavras
Em português, é comum que as consoantes finais sejam suavizadas ou até mesmo omitidas. No entanto, no inglês, a articulação clara dessas consoantes é fundamental para a compreensão. Por exemplo, na palavra book (livro), o “k” deve ser pronunciado de forma firme.
Além disso, muitos brasileiros tendem a adicionar uma vogal extra ao final de palavras que terminam em consoantes, pronunciando book como “buki”. Isso ocorre porque, em português, a maioria das palavras termina em vogal. Para corrigir esse hábito, pratique encerrar as palavras com a consoante final, evitando a adição de sons extras.
4. Pronúncia do “H”
No português, o “h” inicial é mudo, como em homem e humano, o que pode levar muitos brasileiros a ignorar esse som em inglês ou até substituí-lo por um “r”. Por exemplo, a palavra house (casa) pode ser pronunciada incorretamente como “raus”.
Para evitar esse erro, lembre-se de que, no inglês, o “h” tem um som aspirado suave, semelhante a uma leve expiração. Vale destacar que existem algumas palavras em inglês que também possuem um “h” mudo, como “honest”, mas essas são exceções à regra. Praticar a pronúncia correta do “h” inicial ajudará significativamente na clareza da sua comunicação.
5. Vogais curtas e longas
A diferença entre vogais curtas e longas em inglês é fundamental, pois pode mudar completamente o significado das palavras. Considere os seguintes exemplos:
- Ship (navio) x Sheep (ovelha)
- Full (cheio) x Fool (tolo)
Os falantes de português costumam não diferenciar essas durações, o que pode resultar em confusões. O segredo está na extensão do som e na posição da boca durante a pronúncia. Para praticar, uma excelente dica é ouvir falantes nativos em músicas, filmes e podcasts, prestando atenção especial a essas nuances. Essa prática não só ajuda na identificação das vogais, mas também aprimora sua compreensão auditiva e pronúncia.
Pronúncia é um processo gradual
Aprimorar a pronúncia em inglês é um processo gradual que requer prática e atenção aos detalhes. Pequenas mudanças na forma como articulamos os sons podem fazer uma grande diferença na clareza da comunicação. O mais importante é não ter medo de errar — cada tentativa é um passo a mais rumo à fluência, algo que sempre enfatizo.
Os erros discutidos aqui são comuns entre falantes de português, mas, com dedicação e a prática adequada, é possível superá-los. Ouvir o idioma com frequência, seja por meio de filmes, músicas ou podcasts, e repetir os sons de forma atenta pode ser muito eficaz.
Além disso, gravar sua própria voz e compará-la com a pronúncia de falantes nativos é uma excelente estratégia para identificar os ajustes necessários. Com paciência e persistência, você certamente verá progresso!
É importante lembrar que ter sotaque não é um problema — o que realmente importa é que a pronúncia seja clara e compreensível. Cada pessoa traz suas particularidades ao falar um novo idioma, e isso enriquece a diversidade linguística.
Agora, quero ouvir de você: já enfrentou dificuldades com algum desses pontos? Há alguma palavra ou som em inglês que você considera especialmente desafiador? Compartilhe sua experiência nos comentários e vamos manter essa conversa! Estamos todos aqui para aprender uns com os outros!